Os homens quando são jovens
Buscam as unhas afiadas de uma
Feiticeira no meio de uma cabana
No meio do deserto. No meio.
A política é algo eternamente secundário.
Quando as peles se tornam flácidas
Esses mesmos homens tornam-se políticos, até por vezes
Senadores de um estado reputado qualquer.
(Governadores, senadores tudo vai dar ao mesmo)
A força do seu membro já não muda o rumo dos mares e
As belas feiticeiras com olhos super pintados de rosa eléctrico
Com vestes opacas brancas e véus translúcidas recordam solitárias
as noites que com esses homens passaram.
* * *
O rodopiar de sons eróticos sobre si próprio
Que giram e voltam a girar
Entra-nos vagorosamente pelos ouvidos ficando-nos na alma o desejo e nos deixar
Embriagar pelo cheiro de pétalas de rosas embebidas em sonos e fetiches exóticos
Onde as cobras habitam e procriam outras cobras.
Para todos os orifícios existiam dedos e mãos brancas
Todos os poros e aberturas são alvo de penetrações suaves
(A velocidade do movimento anatómico demora-se no seu sono)
Os cheiros a plantas exóticas de plástico abundam no espaço como se o espaço
Fosse todo o desejo de conter o universo sexual e animal.
Seios, pernas depiladas, algumas por depilar, outras peludas, vaginas, úteros inchados, tetas, vaginas e tetas e úteros inchados no meio o deus fálico da procriação. Seios e mais seios. Alguns testículos maduros, muitos imaturos, alguns inocentes testículos. Corpos sobre corpos, ancas sobre braços, braços entre pernas, braços nas pernas, braços dentro das pernas como se os úteros inchados acordassem na hora de dormir. Crianças à mistura, decrépitos e idosos sem cabelos brancos sob a camada de sanduíche criada pelo juntar de frustrações intimas.
Abundam os açúcares, e dos óleos e das chamas existem as sombras e os óleos existem para que os seios se cobrem de delícia.
Seios sem mamilos, mamilos sem seios curvos e flácidos.
Seios com pêlos escuros e com escamas de peixe e com peixe entre os pés
E o cheiro a sangue de penetrações bruscas no meio do cenário abundam
Movimentos que se repetem
O gemido,
lamentos dolorosos, soluços,
suspiros densos, chilidos e muitos vagidos.
Vagidos repetitivos.
Gemidos e corpos que ondulam metáforas simples
que encontram a satisfação dos dias.
Pandaretas , cetins translúcidos, almofadas e odaliscas disfarçadas de lobos com as patas no chão em cima das mãos
Músculos, braços musculados e inúmeras barras de chocolate criam os ventres masculinos.
Ímpetos masculinos que agitam outros ímpetos masculinos e se devoram ao som de gemidos procuram matar as comichões e sede dos corpos
O andamento agita-se por momentos
Os vagidos intensificam-se descontroladamente até aos uivos de lobos
Cada um tem o seu tempo a sua demora
As feiticeiras demoram no cavalgar das suas ânsias
O chão molhado absorve todos os fluidos
O Conter de velocidade
(O pensamento distrai-se com as futilidades quotidianas:
Comprar calças novas;
Pagar a luz;
Arranjar mais ganza;
futebol amanha…)
Recomeça um rodopiar
Rodopios intensos
Uma sobreposição, um desejo de conter num só copo todos os corpos.
Todos os corpos procuram o teu!
Um banho.
E todo o teu
O corpo
Revive o quotidiano escondido:
O amigo gay que se devora ao pequeno almoço, a vagina da tia que se acaricia ao fim da tarde, a ovelha que se procura no quintal do avô, o irmão mais novo que na calada da noite se masturba… todo o corpo procura contê-los entre os pelos púbicos semi nascidos após farta refeição.
* * *
Levanta-te, fecha os olhos e move a cabeça
Pró lado esquerdo e direito lentamente e movendo-te sobre ti mesmo entra na roda
Deixa que a tua vontade e sede se liberte na vivacidade de todos os movimentos
E tu mesmo fecharás com as tuas unhas afiadas o circulo musical que se criou
Terás sim antes demais que deixar crescer as unhas
Terás sim antes demais comer-te silenciosamente
E o chão molhado absorverá os teus fluidos
04 fevereiro 2009
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